O tema de Inteligência Artificial está muito em evidência, é uma realidade nos dias de hoje e tem gerado muitas polêmicas.
O histórico humanidade nos mostra que toda ferramenta capaz de aumentar a produtividade e de criar diferenciais competitivos sempre gera polêmicas e discussões. Entretanto como fruto destas discussões, acabaram sendo regulamentadas e geraram relevantes progressos. No caso da Inteligência Artificial, isso não será diferente. Apesar de existirem vários questionamentos, os benefícios por ela gerados não podem ser desprezados.
Um dos pontos a serem considerados na utilização da IA é qualidade da base de dados por ela utilizada, uma vez que dependendo destas bases, a resposta recebida da IA pode não ser a mais adequada, ou até mesmo ser tendenciosa. Por este motivo é recomendável que o uso seja feito com cautela e que as informações provenientes dela sejam validadas antes de serem tomadas como uma verdade incontestável.
Gostaria de colocar aqui em exemplo simples do que estou falando. Uma criança a alguns dias atrás veio me questionar com relação à charada “O que é o que é, que tem bico mas não bica e tem asas mas não voa?” Resolvi então, questionar o ChatGPT e para minha surpresa recebi a resposta “xicara” ao invés de “bule”. Voltei então a questionar e recebi “caneta” como resposta. Resolvi então indicar a resposta “bule” e o ChatGPT aceitou e me agradeceu. Voltei a questionar a mesma charada a ele, e a reposta foi “avião”. Questionei então se não haveria uma resposta melhor e ele finalmente me respondeu com “bule”.
Em resumo, a resposta que me parecia a mais apropriada, não estava entre as primeiras opções de resposta do ChatGPT. O que eu quero deixar claro neste ponto, é que apesar da ferramenta de IA nos ajudar imensamente e aumentar nossa produtividade, não podemos simplesmente aceitar a resposta recebida. Precisamos usar nossa bagagem de conhecimento e validar as informações. Desta forma, conseguimos ter ganho de produtividade sem ter perda de qualidade do trabalho final entregue.
Ao mesmo tempo em que as ferramentas de IA são encantadoras, sabemos o acesso a este enorme volume de dados precisa estar pautado por uma excelente governança corporativa. É neste contexto que surge o conceito de “Responsible AI” (IA responsável), a qual se refere à prática de desenvolver e utilizar inteligência artificial de maneira ética, transparente, justa e segura. Ela aborda preocupações éticas, sociais e legais relacionadas à implementação e uso de sistemas de inteligência artificial.
Alguns dos principais tópicos abordados pela Responsible AI são:
Ética: Garantir que as decisões tomadas por sistemas de IA sejam moralmente aceitáveis e que não causem danos injustificados às pessoas, comunidades ou sociedade como um todo.
Transparência: Capacidade de entender e explicar como um sistema de IA toma suas decisões. Isso inclui fornecer informações claras sobre os dados utilizados, o processo de treinamento, os algoritmos empregados e os resultados produzidos.
Justiça e equidade: Garantir que os sistemas de IA não perpetuem ou ampliem preconceitos e discriminações existentes. Isso implica em projetar algoritmos que considerem de forma justa os interesses e necessidades de diferentes grupos sociais, evitando a discriminação injusta.
Privacidade e segurança: Proteger os dados pessoais e sensíveis dos usuários, bem como garantir que os sistemas de IA sejam seguros contra ataques cibernéticos e manipulações maliciosas.
Responsabilidade e prestação de contas: Atribuição clara de responsabilidades pelas ações e decisões tomadas pelos sistemas de IA. Isso inclui a capacidade de responsabilizar os desenvolvedores, fornecedores e usuários por quaisquer consequências negativas decorrentes do uso da tecnologia.
A implementação da “Responsible AI” requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo não apenas a área técnica, mas também especialistas em ética, direito, ciências sociais e outras áreas relevantes. O objetivo é garantir que a IA seja desenvolvida e utilizada de maneira responsável, respeitando os valores e direitos fundamentais das pessoas. Em resumo, trata-se da aplicação dos princípios da Governança à implantação e utilização da IA.
Neste cenário, cabe ao Conselheiro trabalhar o tema IA das empresas, seja para garantir sua competitividade, eficácia e perenidade, como para garantir que o uso da IA esteja alinhado ao conceito de “Responsible AI” e não venha a expor a empresa a riscos desnecessários.
